A leptospirose é uma doença
infecciosa e potencialmente grave, causada por uma bactéria chamada Leptospira
interrogans. Embora seja considerada uma zoonose, ou seja, uma doença de
animais, essa infecção afeta também o homem, que se contamina, sobretudo, por
meio do contato com a urina do rato.
A doença cursa de maneira benigna
na maioria dos casos. Em 10% dos infectados, porém, pode se manifestar em sua
forma grave, denominada doença de Weil, com manifestações hemorrágicas severas
e comprometimento da função renal.
Por isso mesmo, é fundamental
procurar um serviço médico diante do surgimento dos primeiros sinais clínicos,
sobretudo após a exposição a situações de risco.
Inicia-se com febre alta,
sensação de mal-estar, dor de cabeça, dores musculares, cansaço, olhos
avermelhados, tosse, faringite e calafrios. Esses sinais podem ser acompanhados
de dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia, com possibilidade de
desidratação.
Depois de dois ou três dias de
aparente melhora, o quadro às vezes ressurge com novas manifestações, como
manchas avermelhadas na pele e meningite de boa evolução. É nesse
período que também se apresenta a forma mais grave da doença, igualmente depois
que a infecção parece ter cessado, com coloração amarelada na pele e nos olhos
– a icterícia –, sangramentos no nariz, nas gengivas e nos pulmões, manchas
escuras na pele, semelhantes a hematomas, torpor e redução - ou mesmo ausência
- de volume urinário.
A causa da doença é a
bactéria presente na urina de animais infectados, particularmente do
rato, em cujos rins o microrganismo se multiplica sem provocar danos ao animal.
Ao ser expelido, esse agente
sobrevive no solo úmido ou na água – menos na do mar – e penetra no organismo
humano através da pele e das mucosas, assim como pela ingestão de água e de
alimentos contaminados.
No Brasil e em outros países em
desenvolvimento, a maioria das infecções ocorre pelo contato com a enxurrada ou
com a lama das enchentes, que se misturam à urina dos ratos e, assim, espalham
as bactérias.
Ocorre que a combinação de
saneamento inadequado, crescimento desordenado das cidades, ineficiência do sistema
de drenagem das águas das chuvas e coleta de lixo inadequada favorece tanto a
proliferação dos roedores quanto as inundações. Independentemente de haver
enchente, o contato com água ou lama de esgoto, de lagoas e rios contaminados e
mesmo de terrenos baldios também constitui risco para a aquisição da
leptospirose.
A doença igualmente pode ser
transmitida pela urina de outros animais infectados, como cães, gatos, porcos,
cavalos, bois, cabras e ovelhas. Logo, a leptospirose está associada a algumas
atividades profissionais como tratadores de animais, trabalhadores de serviços
de água e esgoto, lixeiros, plantadores de arroz, cortadores de cana-de-açúcar,
entre outras.
Uma pessoa contaminada, contudo não passa a infecção para outra. Os sintomas costumam aparecer de 3 a 24 dias
após o contágio, com média de dez dias de incubação.
Uma vez que as manifestações
iniciais da leptospirose se assemelham bastante às de outras doenças
infecciosas, como a malária, a febre amarela, a dengue e mesmo a hepatite,
a suspeita acaba sendo levantada com base na história do indivíduo.
A probabilidade de contaminação é
grande em uma pessoa que teve sua casa inundada ou que limpou uma fossa ou um
bueiro, por exemplo. A confirmação da leptospirose, contudo, depende de exames
laboratoriais específicos, tanto para pesquisar anticorpos contra a Leptospira
interrogans no sangue da pessoa
O portador de leptospirose deve
ser tratado com hidratação, analgésicos e antitérmicos, exceto os que contenham
ácido acetilsalicílico, como a Aspirina® e outros antiinflamatórios, uma
vez que essa substância favorece as hemorragias. Quando o diagnóstico é feito
até o quarto dia da infecção, usam-se também antibióticos, que, apenas nessa
fase, ajudam a prevenir o desenvolvimento da forma mais grave da doença.
Em casos de icterícia e de
meningite há necessidade de internação para tratamento intensivo e
monitorização da função dos rins, com a adoção de medidas específicas em caso
de perda da capacidade renal, como a diálise peritoneal, um procedimento para a
eliminação das toxinas do sangue quando o mecanismo natural de filtração fica
comprometido.
A prevenção da leptospirose passa
obrigatoriamente pela melhoria das condições de infra-estrutura básica, o que
inclui rede de esgoto e de abastecimento de água tratada, drenagem de águas das
chuvas, limpeza de córregos e rios, remoção adequada do lixo e eliminação de
ratos. Essas medidas por si só já reduziriam as inundações e o número de
roedores.
Quem tem animais de estimação
também deve se proteger ao recolher fezes e urina dos bichos, além de usar água
sanitária na limpeza das áreas que eles ocupam.
OBS.: ESTE ARTIGO NÃO TEM O INTUITO DE DIAGNOSTICAR OU TRATAR QUALQUER DOENÇA OU SINTOMA, E SIM INFORMAR. TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE SITE PODEM SER ENCONTRADA EM BULAS E ARTIGOS ESPECÍFICOS SOBRE A MEDICAÇÃO OU A DOENÇA EM QUESTÃO. SE VOCÊ SOFRE DE QUALQUER DISTÚRBIO, PROCURE UM MÉDICO, POIS SOMENTE UM PROFISSIONAL MÉDICO TERÁ CAPACIDADE DE DIAGNOSTICÁ-LO E TRATÁ-LO. NÃO USE QUALQUER MEDICAMENTO SEM CONHECIMENTO E LIBERAÇÃO PELO MÉDICO QUE TE ASSISTE.